Que a cultura asiática tem ganhado destaque nos últimos tempos não é novidade para ninguém. Vimos filmes orientais ganharem notoriedade em grandes premiações do ocidente, como Parasita (2019) e Podres de Ricos (Crazy Rich Asians, 2018).
Na última década também acompanhamos as obras da Marvel se consagrarem no cinema, tornando possível, enfim, os últimos lançamentos serem mais inclusivos e próximos da realidade, com protagonistas femininas e/ou negros (Capitã Marvel e Pantera Negra, por exemplo), minorias comumente ignoras pela indústria.
O novo filme solo da franquia Marvel é sobre a história de Shang-Chi, conhecido também como o Mestre do Kung Fu, e ganhou o título Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Seu lançamento é um marco histórico para a comunidade oriental, pois pela primeira vez um filme do Universo Marvel será protagonizado por um herói de origem asiática, que será interpretado pelo ator Simu Liu, nascido em Harbin, China.
O estúdio quer um elenco asiático, e outros nomes de renome foram divulgados, como a triz Awkwafina (Podres de Ricos) e o ator Tony Leung (Amor à Flor da Pele). O vigésimo sexto filme do Universo Marvel está previsto para ser lançado em fevereiro de 2021, e mesmo que a sinopse ainda não tenha sido divulgada, podemos esperar por uma obra mais inclusiva, onde a origem de Shang-Chi, as artes marciais e características da cultura chinesa sejam exaltadas.
O roteirista Dave Callaham, de descendência chinesa, foi escalado para a adaptação, e possui bastante experiência em produções do gênero ação e super-heróis. Já a direção ficou nas mãos de Destin Cretton, mesmo diretor de O Castelo de Vidro (2017). É a primeira vez que o personagem Shang-Chi é adaptado para as telas de cinema.
Ele foi criado em 1972 pelos quadrinistas Steve e Englehart e Jim Starlin em uma época em que as artes marciais e filmes de Kung Fu estavam em alta nos Estados Unidos, e sua primeira aparição foi no Special Marvel Edition #15 em 1973.
O personagem teve bastante influência do ator e lutador Bruce Lee que na época (e até mesmo nos dias atuais) era o ídolo dos filmes de Kung Fu e referência nas artes marciais. Algumas mudanças da obra original já são esperadas, principalmente em relação ao vilão da história. Em 2015, a Marvel foi negada os direitos sobre o personagem Fu Manchu, criado pelo autor Sax Rohmer em 1913 e, mais tarde, adicionado à história de Shang-Chi como seu pai — o personagem também ficou marcado negativamente como um exemplo de estereotipo da população chinesa.
A editora decidiu então modificar a origem do protagonista em Master of Kung Fu, adicionando o temido Imperador Zu como pai de Shang-Chi, com o qual o protagonista luta contra. Para a adaptação cinematográfica, foi confirmada a presença do personagem Mandarim, também conhecido como Eugene Khan.
Os fãs de Homem de Ferro podem ficar um pouco confusos, pois o vilão é inimigo do empresário Tony Stark, e até fez uma pontinha no terceiro filme da trilogia. No entanto, para dar maior destaque ao personagem e manter o elenco asiático, o estúdio optou em trazer o vilão de volta às telas. Ele será interpretado pelo ator Tony Leung.